Do Matadouro à Cinemateca ... Da praga ao Instituto ...

Com tantos lugares para se visitar na Vila Mariana, dois me chamaram a atenção e creio que chamarão a de vocês também. São lugares marcantes na história de São Paulo e trazem uma enorme bagagem cultural.

Em 1887 começou a funcionar o Matadouro Municipal, até que em 1927 foi fechado. E, durante muitos anos os galpões do matadouro foram utilizados de diversas maneiras, sendo muitas vezes desfigurados e perdendo as características arquitetônicas originais, porém, isso contribuiu para que a região fosse povoada.

Desenho de Andrea Aly.

Então, em 1940, criaram no antigo Matadouro o Clube de Cinema de São Paulo, fundado por estudantes do curso de Filosofia da USP. Logo após, o Clube foi fechado pela polícia do Estado Novo. Com muita persistência,  na década de 80/90, a Prefeitura cede à área para a Cinemateca e é incorporada ao governo federal como um órgão do Ministério da Educação e Cultura e atualmente está ligada à Secretaria do Audiovisual, hoje é tombado pelo Condephaat – Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Turístico do Estado de São Paulo.

No local há uma vasta programação de eventos culturais e um dos maiores acervos de filmes da América Latina está lá. Seu principal objetivo é difundir a cultura cinematográfica e oferecer informações.

Para você que é Italiano ou simplesmente não conhece a Cinemateca Brasileira, vale a pena conhecer e admirar a arquitetura do século XIX, se distrair e prestigiar a cultura e talento nacional! 

Outro local marcante na história do desenvolvimento da Vila Mariana é o Instituto Biológico. Sua construção foi iniciada em 1928 e concluída em 1945 em estilo art déco, e o principal objetivo era de controlar uma praga que infestava e devastava os cafezais e, mais tarde, muda-se o objetivo, criar uma instituição para a biologia, se espelhando no Instituto Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro, para a saúde do homem.

Em 1954, começaram a plantar café no terreno do Instituto, duas mil mudas foram semeadas e usadas para estudos e pesquisas, controle e monitoramento de pragas. A plantação foi diminuindo e, em 1984, foram plantados novos pés de café. Nos anos 2000, este passa a ter um sentido para estudantes e turistas, que aprendem sobre a história do café, grão e pragas.

Inspiradas nas cidades francesas que marcam a abertura da safra anual da uva, no mês de maio com festa, o Instituto faz a mesma coisa com café, todo ano é realizado uma cerimônia para simbolizar o início da colheita do café paulista, sendo apoiado pela Câmara Setorial do Café. Este evento conta com cerca de 350 convidados, são eles pesquisadores, consumidores de café, cafeicultores e professores.

Atualmente, o Instituto é referencia nacional na área de pesquisa agrícola, com forte atuação na pós-graduação e formação de cientistas. Também Abriga os Centros de Pesquisa e Desenvolvimento de Sanidade Animal, Vegetal e Proteção Ambiental, além do Museu do Instituto Biológico, do Centro de Memória, biblioteca com mais de 100 mil volumes.

http://www.flickr.com/photos/carloscastejon/455313337/in/set-72157600481933353

E você que é Italiano e apaixonado por café, não deixe de experimentar o típico café brasileiro cultivado na nossa querida Vila!

Fontes:   http://www.cinemateca.com.br/  

    http://www.biologico.sp.gov.br/

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